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A lista


Os mercados domésticos devem manter o clima tenso da véspera, em meio à expectativa de denúncia do presidente da Câmara, Eduardo Cunha, hoje, pela Procuradoria-Geral da República por crimes de corrupção e lavagem de dinheiro. Mas ele disse que está "tranquilo" sobre a questão. O noticiário político deve continuar roubando a cena dos negócios locais, uma vez que a última medida do ajuste fiscal, que reonera a folha de pagamento das empresas, foi aprovada ontem no Senado.

Enquanto o procurador-geral da República, Rodrigo Janot, teria afirmado, em ofício, que Cunha usa a Câmara como "escudo" para se proteger das investigações da Lava Jato; a outra Casa aprovou, por 45 votos a 27, a reoneração da folha de pagamentos de empresas de 56 setores produtivos. Não houve modificações em relação ao texto aprovado pelos deputados e o projeto segue agora para a sanção presidencial.

Virada a página do ajuste fiscal no Congresso, as atenções se voltam, então, para a "Lista de Janot" a ser apresentada ao Suprmemo Tribunal Federal (STF), que além de Cunha deve incluir outros políticos, como o ex-presidente Fernando Collor de Melo no escândalo de corrupção.

Nesse ambiente, a agenda econômica desta quinta-feira deve ficar em segundo plano. Entre os eventos políticos de relevo, a presidente Dilma Rousseff segue com os compromissos relativos à visita oficial da Alemanha ao Brasil, ao lado do ministro da Fazenda, Joaquim Levy. A maior economia europeia tem o objetivo de estreitar as relações com o país, incluindo o Brasil no seleto grupo de parceiros mais próximos da Alemanha - tipo de relacionamento que os alemães mantêm com apenas outras oito nações.

Mas o calendário doméstico tem como destaque a taxa de desemprego nas seis principais regiões metropolitanas do País, que deve mudar de patamar, alcançando a faixa de 7%. Esse nível é exatamente a mediana esperada pelo mercado, mas as projeções variam de 6,70% a 7,20%.

Se confirmado o resultado projetado, o mês de julho terá a maior taxa de desemprego desde junho de 2010, quando também ficou em 7,0%. Um mês antes, em maio daquele mesmo ano, o patamar era de 7,5%. Em junho deste ano, a taxa foi de 6,9%, no maior nível desde julho de 2010.

O dado efetivo do mês passado será divulgado às 9 horas pelo IBGE. Antes, às 8 horas, a FGV informa a sondagem preliminar da indústria em agosto.

No exterior, a China continua causando estragos nos mercados. Uma semana após a maxidesvalorização de sua moeda, as preocupações quanto a uma desaceleração econômica mais pronunciada pesa nos ativos, sobretudo os emergentes e ligados às commodities.

O Índice MSCI de mercados emergentes caiu pelo quinto dia consecutivo, ao nível mais baixo desde outubro de 2011. A Bolsa de Dubai caiu 3%, enquanto na Indonésia houve recuo pelo terceiro pregão seguido. Entre as moedas, destaque para o Cazaquistão, o maior exportador de petróleo da Ásia Central, que abandonou a banda de negociação de sua moeda local (tenge) em meio aos receios de que a desvalorização do yuan chinês pode enfraquecer as exportações do país. A lira turca, por sua vez, caiu mais 3% hoje.

Já o próprio yuan subiu ligeiramente, em meio às especulações de que o Banco Central da China (PBoC) teria atuado no mercado a fim de gerenciar as expectativas do mercado e garantir que não haja pânico. A Bolsa de Xangai, contudo, caiu 3,43% hoje, encerrando no menor patamar desde o dia 6 deste mês. Hong Kong recuou 1,77%, na mínima em 10 meses.

Ainda na região Ásia-Pacífico, a Bolsa de Tóquio caiu 0,93%, com as perdas sendo amenizadas pelo enfraquecimento do iene ante o dólar. Na Austrália, a Bolsa de Sydney perdeu 1,7%. No Velho Continente, o sinal negativo também prevalece entre as bolsas, sendo que o Índice Europe Stoxx 600 é negociado no nível mais baixo em seis semanas.

Os investidores estão cada vez mais receosos de que a desaceleração da economia da China terá repercussões globais. Isso em um momento em que o Federal Reserve sinalizou que as condições estavam se aproximando para o ponto em que a economia dos Estados Unidos poderia suportar um aumento da taxa de juros. Porém, o Fed também mostrou preocupação com inflação baixa. Diante disso, os índices futuros em Wall Street estão no vermelho.

Entre os indicadores norte-americanos do dia, as atenções se dividem entre os números semanais de auxílio-desemprego feitos no país, que saem às 9h30, e dados de atividade, previstos para às 11 horas. Neste horário, saem, de uma só vez, o índice da distrital de Filadélfia do Fed em agosto, as vendas de imóveis existentes e os indicadores antecedentes - esses dois últimos referentes ao mês de julho.

No fim do dia, a China entra em cena para anunciar a leitura preliminar deste mês do índice dos gerentes de compras (PMI) da indústria. Em julho, o índice caiu de 49,4 pontos para 47,8 pontos.

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