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Soltando o cinto


O governo federal afrouxou o ajuste fiscal e confirmou a redução da meta de superávit primário do setor público consolidado neste ano para 0,15% do Produto Interno Bruto (PIB). A economia que será perseguida para pagar os juros da dívida soma R$ 8,7 bilhões, em vez de R$ 66,3 bilhões previstos inicialmente.

A mudança na meta fiscal não agradou ao ministro da Fazenda, Joaquim Levy, que queria manter o alvo em 1,1% do PIB. Porém, ele acabou perdendo a disputa com o ministro do Planejamento, Nelson Barbosa.

Hoje, Levy participa da reunião do Conselho Monetário Nacional (CMN), às 15 horas, juntamente com o presidente do Banco Central, Alexandre Tombini. A presidente Dilma Rousseff, por sua vez, recebe o ministro-chefe de Assuntos Estratégicos, Mangabeira Unger.

Os mercados domésticos também se mostraram pouco satisfeitos, ontem, ainda antecipando-se ao provável anúncio. A Bovespa fechou no menor nível desde o fim de março, de volta aos 50 mil pontos, ao passo que o dólar subiu para além de R$ 3,20.

E hoje o nervosismo nos negócios locais pode continuar, já que, a revisão da meta fiscal torna ainda mais real a ameaça das agências de classificação de risco em rebaixar o rating soberano do Brasil. No caso da Moody's, que fez visita oficial ao país, recentemente, o temor é de que o esperado downgrade seja agora acompanhado de uma perspectiva negativa - sinalizando o risco de o Brasil perder o "selo" de grau de investimento.

Além da revisão da meta, o governo também alterou as previsões macroeconômicas e agora projeta uma retração de 1,5% do PIB em 2015, com uma inflação pelo IPCA em 9%. As novas expectativas estão alinhadas com as projeções do mercado.

Na agenda doméstica, o destaque é a taxa de desemprego nas principais regiões metropolitanas do país em junho, às 9 horas. A mediana das estimativas aponta para um avanço a 6,90%, com o resultado saindo do maior nível desde agosto de 2010 e retrocedendo na série histórica em um mês, para julho daquele mesmo ano, quanto o desemprego estava em exatos 6,9%. Em junho de 2010, o patamar era de 7,0%.

Antes, às 8 horas, sai mais uma leitura semanal do IPC-S no mês. Na safra de balanços, Fibria e Klabin divulgam seus dados trimestrais antes da abertura do mercado.

Já no exterior, a temporada de balanços divide as atenções com os indicadores do dia. As principais bolsas europeias estão de lado nesta manhã, assim como os índices futuros das bolsas de Nova York.

Na agenda norte-americana, às 9h30, saem os pedidos semanais de auxílio-desemprego e, às 11 horas, é a vez dos indicadores antecedentes. Antes do início do pregão em Wall Street, 3M, Caterpillar, GM, McDonald's, entre outras, divulgam seus resultados do segundo trimestre deste ano. Após o fechamento, saem os números de AT&T, Amazon e Visa.

Na Europa, o destaque fica com a aprovação pelo Parlamento grego do segundo pacote de demanda dos credores internacionais. O governo de Atenas afirmou que este foi o último conjunto de ações prévias exigidas pela zona do euro antes do iniciar as negociações sobre um terceiro resgate ao país mediterrâneo.

As medidas foram apoiadas pela maioria dos legisladores gregos, com o suporte até de partidos da oposição. Em reação, o euro tenta conquistar terreno ante o dólar e o iene, diante da fraqueza da moeda dos Estados Unidos nesta manhã. Já a libra recua, após as vendas no varejo britânico contrariarem a previsão de alta e caírem 0,2% em junho.

Entre as divisas emergentes, destaque para o xará da Nova Zelândia, que sobe ante a moeda norte-americana, ofuscando a decisão do Banco Central local de cortar a taxa básica de juros para 3%. A autoridade monetária neo-zelandesa disse que uma flexibilização adicional é provável.

Na Ásia, a Bolsa de Xangai subiu pelo sexto dia seguido, na maior sequência de ganhos desde maio, desta vez com +2,4%. Os negócios com ações de 531 empresas seguiram suspensos - o equivalente a 18% do mercado. As bolsas de Hong Kong (+0,46%) e de Tóquio (+0,44%) também subiram.

Na Austrália, a Bolsa de Sydney caiu 0,4%, penalizada pela queda das ações de mineradoras, que aprofundou as perdas das commodities metálicas nesta manhã. No fim do dia, a China entra em cena para anunciar a leitura preliminar de julho do índice dos gerentes de compras (PMI) do setor industrial.

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