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Sem alívio


A agenda econômica está mais fraca nesta sexta-feira, mas isso não quer dizer que a tensão nos negócios irá diminuir. Ao contrário, diante da proximidade do fim de semana e das incertezas políticas, no Brasil e no exterior, os investidores tendem a redobrar a cautela. Além disso, os mercados domésticos iniciam o pregão atentos na reunião do Conselho da Petrobras, hoje, ao mesmo tempo que repercutem o encontro da véspera do Conselho Monetário Nacional (CMN).

Em uma tentativa de ancorar as expectativas inflacionárias, o CMN anunciou, ontem à noite, a redução do limite de tolerância da oscilação da inflação, de 2 pontos porcentuais para 1,5 pp, para baixo ou para cima. A meta seguiu em 4,5%, mas, agora, o teto passou de 6,5% para 6%. O CMN também elevou a taxa de juros de longo prazo (TJLP) para 6,5% no próximo trimestre.

Trata-se de mais uma medida que reafirma a vigilância do Banco Central no combate à inflação, após o tom mais duro (“hawkish”) da autoridade monetária no Relatório Trimestral de Inflação (RTI), conhecido nesta semana. Essa notícia, portanto, deve influenciar os negócios com juros futuros, que recebem ainda números da sondagem da FGV sobre a construção e o consumidor, em junho. O comportamento do câmbio também pode sofrer influência desse noticiário.

Já a Bovespa monitora atentamente a reunião do Conselho da Petrobras, a partir das 11 horas, quando deve ser discutido o plano de negócios da estatal para o período de 2015 a 2019. Veicula-se na grande imprensa, que a empresa promoveria um corte de 40% nos investimentos, podendo chegar a 50%, o que impactaria uma vasta cadeia produtiva nacional, encolhendo ainda mais a indústria. De qualquer forma, a redução drástica é tida como mais condizente com a realidade da companhia.

No exterior, a sexta-feira é de perdas entre as bolsas, sob o impacto do impasse entre a Grécia e seus credores internacionais para encontrar uma solução para a dívida do país mediterrâneo antes do fim do prazo para pagamento, na próxima terça-feira (30). As negociações entre as partes tende a prosseguir ao longo de reuniões cruciais no sábado e no domingo, o que retrai o apetite por ativos mais arriscados.

Assim, as principais bolsas europeias caem ao redor de 1%, ao passo que a Bolsa de Atenas recua um pouco mais, em torno de 1,5%. O euro também perde tração ante o dólar, e o fortalecimento da moeda norte-americana prejudica o petróleo. O prazo final para o acordo nuclear no Irã, na semana que vem, também está no radar da commodity.

Em Wall Street, os índices futuros das bolsas de Nova York estão na linha d’água. Mas apontam um ligeiro viés negativo para o dia, diante das inquietações políticas na Europa. A expectativa recai no índice de confiança do consumidor em maio, às 10h55, medido pela Universidade de Michigan. O lado do consumo, aliás, tem dado boas notícias à maior economia do mundo, que depende, em grande parte, dos gastos das famílias para ganhar tração.

Já os mercados emergentes sofrem duplamente hoje, uma vez que os negócios também são afetados por um novo tombo da Bolsa de Xangai, além dos receios com a crise grega. A bolsa chinesa despencou 7,39% hoje, na maior queda em cinco anos, diante da percepção de que o mercado de alta (bull market) por lá já atingiu o pico e é necessária uma correção.

Porém, Hong Kong e Tóquio tiveram perdas mais comedidas, de -1,77% e -0,31%, respectivamente. Na Austrália, a queda em Sydney foi de 1,5%. Já na Coreia do Sul, a Bolsa de Seul atingiu a máxima em três semanas, beneficiada pelo quarto dia seguido de recuo do won.

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