top of page

Agenda volta ao foco dos mercados


Enquanto a Grécia segue negociando com os credores internacionais, em uma tentativa de diminuir as diferenças sobre as propostas de reforma para desbloquear a ajuda financeira, as atenções dos investidores se voltam hoje para a agenda de eventos e indicadores econômicos.

Internamente, os agentes financeiros esperam encontrar algum sinal do Banco Central brasileiro no Relatório Trimestral de Inflação (RTI), às 8h30, um dia após o ministro da Fazenda, Joaquim Levy, dizer que “é precipitado falar qualquer coisa em relação à revisão da meta de superávit primário”. O documento deve trazer mudanças nas projeções do BC.

Possivelmente, pode também dar pistas sobre se a autoridade monetária corrobora com a visão de que a piora na atividade econômica neste e no próximo ano limita o espaço para subir ainda mais os juros. Afinal, um importante elemento para a convergência da inflação ao centro da meta é a implementação do ajuste fiscal. E, para Levy, uma “ressaca” pode estar afetando decisões no país, “mas passa”.

A divulgação do RTI será seguida de uma entrevista coletiva, a ser concedida pelo diretor de Política Econômica do BC, Luiz Awazu, a partir das 11 horas. Mas este não é o único grande evento da agenda nesta quarta-feira. No mesmo horário, o governo federal lança o plano nacional de exportações, com a presença da presidente Dilma Rousseff e do ministro Levy. Antes, às 8 horas, sai a prévia do mês da sondagem da indústria.

Já no exterior, às 9h30, sai a terceira e última estimativa do Produto Interno Bruto (PIB) dos Estados Unidos nos três primeiros meses deste ano, que deve apenas reduzir a retração para -0,2%, de -0,7% na leitura anterior. Por ora, os índices futuros das bolsas de Nova York estão na linha d’água, mas com um ligeiro viés negativo, com o início do processo de alta nas taxas de juros norte-americanas cada vez mais próximo.

Entre as moedas, o dólar também está de lado ante o iene e o euro, no aguardo do PIB. Afinal, uma retomada consistente da maior economia do mundo combinada com uma possível solução da crise grega poderia abrir ainda mais o caminho para o Federal Reserve, enfim, começar a tão esperada normalização monetária das taxas dos Fed Funds. Mas a situação em Atenas segue delicada e afetando a confiança dos europeus.

O índice IFO de sentimento econômico na Alemanha caiu pelo segundo mês consecutivo em junho e para o menor nível desde fevereiro, a 107,4, de 108,5 em maio. O recuou foi maior que a previsão, de queda a 108,1. O dado mostra uma preocupação da maior economia da Europa em relação aos efeitos de eventual calote da dívida grega, com as incertezas sobre a unidade da zona do euro nublando as perspectivas.

O primeiro-ministro grego, Alexis Tsipras, desembarca hoje em Bruxelas, onde se reúne com o presidente do Banco Central Europeu (BCE), Mario Draghi; a diretora-gerente do Fundo Monetário Internacional (FMI), Christine Lagarde; e o presidente da Comissão Europeia (UE), Jean-Claude Juncker, em um esforço para alcançar um acordo antes do fim do prazo, em 30 de junho, e conseguir os recursos para pagar cerca de 1,5 bilhão de euros em dívidas junto ao Fundo.

À espera de um desfecho, as principais bolsas europeias oscilam entre margens estreitas, ora em alta, ora em baixa, com os investidores na expectativa de que a Grécia finalmente chegue a um acordo com os credores sobre a dívida. As perdas na região são lideradas pelas ações de mineradoras, tecnologia e do setor de telecomunicações, mas os papéis ligados à infraestrutura avançam.

Nos mercados emergentes, a recuperação continuou, com a Bolsa de Xangai subindo firme pelo segundo dia seguido, após registrar a pior semana desde o colapso do Lehman Brothers. Hong Kong e Tóquio tiveram ganhos mais moderados, mas o avanço do mercado japonês elevou o índice Nikkei 225 ao maior nível em mais de 18 anos (desde dezembro de 1996).

Posts Destacados
bottom of page