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Paira no ar...


Dados de atividade na China e na zona do euro abrem o dia de negócios nesta terça-feira, mas as atenções dos investidores seguem concentradas na Grécia, no exterior, e na questão fiscal, no Brasil. Tanto no cenário grego quanto no âmbito doméstico, um acordo parece estar longe de ser um negócio feito e o risco político ainda paira no ar.

O ministro da Fazenda, Joaquim Levy, participa hoje, às 15 horas, de um lançamento de um livro e a expectativa em torno do evento se dá por causa da entrevista coletiva de imprensa que foi convocada pela assessoria do ministro. Os secretários do Tesouro, Marcelo Saintive, e da Receita, Jorge Rachid, também estarão presentes, o que elevou a especulação de que a já esperada revisão na meta de superávit primário seja, de fato, anunciada hoje.

Já no Congresso, esta véspera pelo Dia de São João deve esvaziar as sessões previstas para hoje, com o risco de adiar, mais uma vez, a votação do projeto que reduz as desonerações nas folhas de pagamento. Conforme o próprio relator, o deputado Leonardo Picciani (PMDB-RJ), não será “fácil” concluir a aprovação do texto no Legislativo a tempo de ser sancionado pelo Executivo antes do recesso parlamentar, em meados do próximo mês, como deseja o governo Dilma.

Na agenda econômica de indicadores, às 8h, sai a leitura semanal do IPC-S da FGV. Depois, às 10h30, é a vez da nota do Banco Central sobre operações de crédito. À tarde, será divulgado o relatório de maio da dívida pública federal. Também é esperada para hoje a sondagem da indústria da CNI.

No exterior, enquanto aguardam dados norte-americanos sobre a indústria, bens duráveis e o setor imobiliário, os investidores digerem os indicadores econômicos já conhecidos, mas sem descuidar da situação em Atenas. Apoiadas na sinalização positiva vinda de Wall Street, as principais bolsas europeias e o euro exibem ganhos nesta manhã, impulsionados ainda pelo avanço do índice de atividade na região da moeda única para o maior nível em mais de quatro anos.

O índice composto dos gerentes de compras (PMI) na zona do euro, que abrange os setores de indústria e serviços, subiu a 54,1 em junho, de 53,6 em maio, contrariando a previsão de queda a 53,5 e atingindo o patamar mais alto desde maio de 2011. A melhora do dado na França e o fortalecimento do indicador alemão contribuíram no movimento.

A aparente suavização na escalada da crise grega teria permitido esse inesperado avanço no índice de atividade na Europa, ao mesmo tempo que os líderes da região concordam que o governo de Atenas está levando mais a sério a intenção em alcançar um acordo de resgate. Eles concordaram em intensificar as reuniões e deram um prazo de 48 horas para que a Grécia faça as alterações finais e conquiste a ajuda financeira.

Do outro lado do mundo, o otimismo que contagiou o Ocidente, ontem, também chegou à região da Ásia-Pacífico e as principais bolsas subiram. Os índices Nikkei e Xangai Composto subiram ao redor de 2%, cada, ao passo que os mercados na Coreia do Sul e na Austrália tiveram ganhos mais comedidos.

Os negócios na região também receberam de bom grado a melhora na leitura preliminar do índice PMI industrial na China, medido pelo HSBC. No levantamento, o dado subiu a 49,6 em junho, de 49,2 em maio, embora tenha seguido na linha que indica retração da atividade.

A abertura do dado mostra uma “leitura mista”, com os subíndices de produção e compra ganhando tração, ao mesmo tempo que os fabricantes continuaram a cortar pessoal, diante da demanda fraca - tanto interna quanto externamente. Com isso, Pequim pode precisar intensificar seus esforços para estimular o crescimento da segunda maior economia do mundo e a criação de emprego na segunda metade do ano. Mas esta é mais uma dúvida que também paira no ar...

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