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Dia de fortes emoções


A semana, que já foi intensa para os mercados financeiros, chega ao fim nesta sexta-feira ainda prometendo fortes emoções, sobretudo nos negócios locais. A agenda doméstica do dia reserva para hoje dados sobre a atividade econômica, a inflação e o mercado de trabalho, que podem traçar um panorama do cenário atual do país.

Somado a isso, estão as dificuldades que o governo vem enfrentando para aprovar medidas no âmbito do ajuste fiscal. Ontem, o episódio envolvendo senadores brasileiros na Venezuela impediu a votação, na Câmara dos Deputados, do projeto de lei que reduz as desonerações nas folhas de pagamento de 56 setores da economia.

Agora, a votação ficou para a quarta-feira da semana que vem (dia 24), o que pode preocupar o governo, que espera, com a proposta, um aumento na arrecadação de tributos, visando ao cumprimento da meta de superávit primário. Já no Senado, o presidente da Casa, Renan Calheiros (PMDB-AL), defendeu que o Congresso “aprimore” a medida provisória (MP) da aposentadoria, após o veto da presidente Dilma Rousseff à fórmula 85/95.

Hoje, ela embarca para Bahia, pela manhã, onde inaugura um complexo industrial da alemã Basf. O ministro da Fazenda, Joaquim Levy, acompanha a presidente nesta viagem.

Entre os indicadores de relevo, o Banco Central divulga, às 8h30, o IBC-Br de abril – ao contrário do informado neste blog, que esperava o anúncio desse indicador na quarta-feira. E as expectativas para o dado sofreram ligeiras alterações, para pior. Na comparação mensal o indicador pode apurar, no máximo, uma estabilidade (mediana de -0,50%), enquanto em base anual, a queda esperada, na mediana, é de, pelo menos, -2,60%.

Depois, às 9 horas, o IBGE anuncia a prévia da inflação oficial brasileira neste mês, medida pelo IPCA-15. As estimativas para o indicador são de taxas entre 0,71% e 0,90%, com mediana em 0,85%. Ou seja, a alta dos preços deve ter voltado a ganhar força em junho, depois de desacelerar para 0,60% em maio.

Ainda internamente, saem os dados do Caged sobre o saldo líquido de postos de trabalho no país em maio. A previsão é de que tenham sido eliminadas de 20 mil a quase 125 mil vagas de emprego formal no mês passado (mediana de -52 mil).

Já no exterior, o calendário econômico está esvaziado, o que redobra as atenções na Grécia. O primeiro-ministro grego, Alexis Tsipras, se disse confiante quanto a um acordo da dívida em um encontro emergencial de líderes europeus, na segunda-feira que vem.

Os mercados europeus mantêm certo otimismo quanto a uma solução para a dívida da Grécia, ao mesmo tempo que avaliam que até um “Grexit” não irá contaminar outros países. O sinal positivo prevalece entre as principais bolsas europeias nesta manhã, com os investidores avaliando o peso do impacto de um possível – e cada vez mais provável – calote grego.

A Bolsa de Atenas subia ao redor de 0,5%, mais cedo, sendo que as praças em Portugal e Espanha exibiam ganhos mais acelerados que o verificado em Frankfurt, Paris e até mesmo Londres. Nos bônus, o juro do bund alemão de 10 anos caía a 0,77%, mais cedo, e, entre as moedas, a libra esterlina caminha para a segunda semana consecutiva de ganhos ante o euro.

Em Wall Street, os índices futuros das bolsas de Nova York também apontam para um dia no azul. Nas commodities, o petróleo também avança, rumo a mais uma semana de valorização, com o barril do WTI negociado a US$ 60.

As perdas nas bolsas ficaram mesmo concentradas na China, onde a Bolsa de Xangai entrou, enfim, em correção, após tombar quase 6,5% hoje. O índice Xangai Composto registrou a maior perda semanal desde a crise de 2008, de -13%, com os investidores já se mostrando preocupados em relação à sustentabilidade na valorização das ações de empresas chinesas. Hoje, muitos desses papéis atingiram o limite de queda.

Na próxima segunda-feira, é bom lembrar, é feriado na China, em comemoração à chegada da nova estação. Os demais mercados asiáticos, porém, avançaram hoje, com o japonês Nikkei 225 subindo 0,92%, ao passo que Hong Kong avançou 0,25%.

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