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Agenda cheia testa fôlego dos mercados


A quarta-feira começou com dados mistos da China sobre atividade e investimento e engatou, na sequência, um crescimento abaixo do esperado da economia da zona do euro no primeiro trimestre deste ano. Ainda assim, os números não apagaram os ganhos dos mercados internacionais nesta manhã, após a forte onda vendedora da véspera. Mas o dia ainda promete ser intenso e o investidor não pode perder o fôlego.

A produção industrial chinesa ganhou tração em abril e cresceu 5,9%, em base anual, ante um avanço ainda mais fraco em março, de 5,6%, na mesma base de comparação. Já as vendas no varejo chinês cresceram 10% no mês passado, desacelerando-se ligeiramente em relação ao aumento de 10,2% em março.

A abertura do dado sobre o comércio varejista chinês mostra que as vendas nas áreas rurais ultrapassaram o varejo urbano, sinalizando uma demando doméstica na China ainda em formação. As vendas na zona rural do país cresceram 11,4% em abril e acumulam alta de 11,5% no ano, ao passo que nas áreas urbanas, o varejo teve alta de 9,8% no mês passado, com crescimento acumulado de 10,2% desde janeiro.

Esses números, combinados com as novas concessões de crédito na China abaixo do esperado em abril, realçam a necessidade de mais estímulos na segunda maior economia do mundo. Os novos empréstimos concedidos totalizaram 707,9 bilhões de yuans, ante previsão de 903 bilhões de yuans. Por fim, os investimentos em ativos fixos na China continental subiram 12% no acumulado do ano até abril, de 13,5% no período de janeiro a março.

Em reação aos dados, as bolsas de Xangai e de Hong Kong caíram, ao redor de 0,6%, cada. Mas o índice japonês Nikkei subiu 0,7%, impulsionado pelo avanço do barril do petróleo WTI para acima de US$ 61, diante de sinais de suavização no excesso de oferta da commodity nos Estados Unidos.

Os mercados asiáticos já estavam fechados quando a zona do euro informou, nesta manhã, uma expansão de 0,4% na leitura preliminar dos três primeiros meses de 2015, acima da alta de 0,3% no último trimestre de 2014, mas abaixo da expectativa de +0,5%. A abertura do dado mostra que pela primeira vez desde a primeira metade de 2010, todas as quatro maiores economias da região da moeda única registraram crescimento econômico.

Maior economia da Europa, o PIB alemão cresceu 0,3%, no mesmo período, ao passo que a França avançou 0,6%. Fora da região da moeda única, a taxa de desemprego no Reino Unido caiu a 5,5% em março, no menor nível desde julho de 2008. A libra esterlina perdia terreno nesta manhã, após o Banco Central da Inglaterra (BoE) cortar a previsão de crescimento no ano, para 2,5%, e ver uma convergência da inflação à meta 2% no período de dois anos.

Diante dessa miscelânea de números, as principais bolsas europeias avançam, depois das perdas da véspera, diante da turbulência no mercado de bônus. Nesta manhã, o rendimento (yield) do bund alemão de 10 anos caía a 0,633%, enquanto a T-note de 10 anos estava em 2,23%. Em Wall Street, os índices futuros das bolsas de Nova York mostram um tom positivo.

A agenda econômica nos Estados Unidos reserva, às 9h30, as vendas do comércio varejista em abril. O dado está entre os mais esperados da semana - juntamente com a produção industrial e o sentimento do consumidor, na sexta-feira - uma vez que o desempenho das vendas no varejo pode mostrar em qual marcha está a economia norte-americana.

O relatório de emprego no país (payroll), divulgado na semana passada, sugeriu que a maior economia do mundo ganhou tração, depois de um primeiro trimestre fraco, e os números do varejo hoje podem mostrar se, de fato, é esse o caso. Ainda assim, a previsão para o dado é fraca, com uma ligeira alta de 0,1% em abril, após ter crescido menos que o esperado em março (+0,9%), quando interrompeu uma sequência de três meses seguidos de queda.

Fluxo e MP. No Brasil, o noticiário vindo de Brasília traz apenas a aprovação da indicação do jurista Luiz Fachin para o Supremo Tribunal Federal (STF) pela Comissão do Senado, após mais de 10 horas de sabatina. A votação no plenário da Casa está marcada para a semana que vem.

Já na Câmara, deve ser apreciada hoje a segunda medida provisória do ajuste fiscal da equipe econômica de Dilma Rousseff, a MP 664, que altera as regras para concessão de pensão por morte e auxílio doença. No calendário doméstico traz apenas os números semanais do fluxo cambial (12h30).

O dólar, aliás, começou a semana em recuperação, após ter caído nas quatro sessões anteriores. Ontem, a moeda norte-americana fechou em queda, mas seguiu acima do nível de R$ 3,00, e o dado sobre o varejo nos EUA hoje pode definir uma direção para o câmbio no dia.

Isso porque, para os mercados financeiros se a economia dos EUA estiver andando em segunda marcha, não será o pior dos mundos. Afinal, a atividade no país continua a melhorar, mas não tanto para apressar uma ação do Federal Reserve.

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