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Mercados voltam do feriado em alta


Os mercados internacionais voltam do fim de semana prolongado, em vários países, com um tom positivo. Os ganhos das bolsas de Nova York na última sexta-feira - em pleno feriado de protestos, discursos e dados - ajudam a dar ritmo aos negócios nesta manhã, sendo que uma nova rodada de indicadores de atividade e o noticiário envolvendo China e Grécia também contribuem para o movimento.

As bolsas chinesas fecharam em alta hoje, ditando o tom nas demais bolsas asiáticas - exceto Tóquio, que permaneceu fechada hoje devido a um feriado. Xangai subiu 0,9%, enquanto Hong Kong ficou praticamente estável, em meio à queda do índice dos gerentes de compras (PMI, na sigla em inglês) da indústria do gigante emergente.

O dado, calculado pelo HSBC ficou em 48,9 em abril, de 49,2 na leitura preliminar do mês e ante resultado de 49,6 em março. O indicador oficial, divulgado na semana passada, mostrou que a economia chinesa estaria dando os primeiros sinais de estabilização, ao repetir no mês passado o resultado do mês anterior, a 50,1.

Esses números combinados com as declarações de autoridades chinesas, após encontro no dia 30 de abril, reforçam as apostas de que serão adotadas em breve medidas de apoio à economia - incluindo estímulos fiscal e monetário. Mais cedo, a taxa de recompra de sete dias, que fixa o custo das operações de troca (swap) de um ano, caiu à mínima desde julho de 2012 durante a sessão, a 2,46%, tendo recuado pouco mais de 1 ponto porcentual em abril, no maior declínio mensal desde 2008.

Em reação, o índice MSCI de mercados emergentes registra a primeira alta em quatro dias. Entre as moedas, a lira turca renovou mínima recorde ante o dólar, ao passo que o rublo russo avança. Nas commodities, o barril do Brent renovou o maior valor do ano, tocando US$ 67, diante das expectativas de que os problemas de excesso de oferta de petróleo começam a diminuir.

Já na Europa, as renovadas especulações de mais estímulos na China tentam dar fôlego aos negócios, mas a liquidez da sessão está mais fraca, devido a um feriado também em Londres.

Ainda assim, as bolsas da região recebem apoio dos números contidos no PMI da zona do euro, que escorregou para 52 em abril, de 52,2 em março, mas ficou acima da leitura preliminar do mês passado, a 51,9. A abertura do dado do PMI, porém, mostra que os preços na indústria dos países que compartilham a moeda única subiu pela primeira vez em oito meses, afastando os temores de deflação na região.

A Espanha vem conduzindo a recuperação econômica na zona do euro, mas a Alemanha está confiante de que vai continuar crescendo a um ritmo “razoavelmente robusto”. Em contrapartida, a produção industrial segue fraca na França e a Grécia continua à beira de um calote. A Bolsa de Atenas recuava, mais cedo, na contramão dos demais pares europeus, uma vez que o país mediterrâneo ainda está longe de chegar a um acordo com seus credores internacionais. Mas progressos foram feitos e o governo grego deve ter recursos para pagar 200 milhões de euros ao Fundo Monetário Internacional (FMI) nesta semana.

Ainda assim, a expectativa é de que, pela primeira vez em quatro anos, o Produto Interno Bruto (PIB) da zona do euro como um todo cresça mais que o do Reino Unido ou o dos Estados Unidos, com uma expansão esperada de 0,4% entre janeiro e março de 2015.

Depois de a economia norte-americana ter ficado praticamente estagnada nos três primeiros meses do ano e, ainda assim, o Federal Reserve ter deixado em aberto a possibilidade de iniciar o aperto dos juros nos EUA em 2015, o que interessa aos investidores em Wall Street nesta semana é o relatório oficial de emprego no país, o chamado payroll, na sexta-feira.

Após a decepção com a criação de 126 mil postos de trabalho no país em março, na menor leitura em 15 meses, espera-se uma recuperação firme da abertura de vagas em abril, com pelo menos 245 mil novos empregos, recuperando a média de contratação em 2014. A taxa de desemprego, por sua vez, deve cair a 5,4%, no menor nível desde maio de 2008.

Por enquanto, os índices futuros das bolsas de Nova York apontam para uma sessão de ganhos, estendendo o avanço na sexta-feira passada, quando em um pregão esvaziado o S&P 500 subiu 1,1% e fechou aos 2.108 pontos, mas mesmo assim registrou perdas na semana. Já o juro da T-note de 10 anos tocou, na última sessão da semana passada, a taxa de 2,12%, no maior nível desde 13 de março. Na semana, os juros desses títulos subiram 20 pontos-base, no maior avanço semanal desde o período encerrado em 6 de março.

Na agenda norte-americana do dia, às 11 horas, saem as encomendas à indústria em março, ao passo que dirigentes do Fed discursam, no decorrer do dia.

No Brasil, as atenções se voltam para a votação do ajuste fiscal. Durante uma feira de gado, em Uberaba, no Triângulo Mineiro, o presidente da Câmara, Eduardo Cunha, afirmou que vai colocar as medidas do pacote de ajuste fiscal em votação nesta semana. Segundo ele, a medida provisória que trata do tema saiu da Comissão Mista e o projeto deve ficar pronto a partir de amanhã.

Hoje, às 9 horas, a presidente Dilma Rousseff participa de reunião de coordenação política. No mesmo horário, o ministro da Fazenda, Joaquim Levy, estará reunido com o presidente do Instituto Talento Brasil, Antônio Machado. À noite, Levy participa de um evento, em São Paulo, pelos 15 anos do jornal Valor Econômico.

Entre os indicadores domésticos, a agenda econômica traz hoje a leitura semanal do IPC-S, às 8 horas; a Pesquisa Focus do Banco Central, às 8h30; o índice PMI industrial em abril, às 10 horas; e a balança comercial em abril, às 15h30. Ao longo da semana, serão conhecidos dados de atividade ao redor do mundo, sendo que no Brasil os destaques ficam com a ata do Copom, na quinta-feira, e com o IPCA de abril, no dia seguinte. Na safra brasileira de balanços, amanhã tem Itaú Unibanco.

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