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Rompendo barreiras


Foi um dia de compra “no atacado e no varejo”, como se diz nas mesas de operação. Neste dia seguinte ao balanço da Petrobras, a Bovespa superou o patamar dos 55 mil pontos, que não era visto há cinco meses, e o dólar furou a marca de R$ 3, voltando ao nível de um mês atrás.

Os investidores estrangeiros comandaram as ordens compradoras na Bovespa, que movimentou um giro financeiro de R$ 9,381 bilhões. Desse total, três grandes casas que têm clientes “gringos” apareceram no topo do ranking de corretoras.

Juntas, elas compraram quase o mesmo tanto que os 10 maiores vendedores, sendo que as instituições locais predominaram na contraparte. Em meio à esse ingresso de recursos externos nas ações brasileiras, o dólar encerrou o pregão abaixo de R$ 3 pela primeira vez desde o início do mês passado, na terceira queda seguida.

É certo que o exterior também ajudou no movimento do câmbio doméstico. A manhã de decepção com a atividade na China e na zona do euro ganhou um reforço dos Estados Unidos de que a liquidez global tende a continuar farta, com dados norte-americanos de hoje endossando a percepção de que o Federal Reserve ainda deve ter “paciência” - embora já tenha retirado o termo do mais recente comunicado.

Mas tampouco foram os papéis da estatal petrolífera que içaram a Bolsa brasileira, reconduzindo-a ao nível dos 55 mil pontos - visto pela última vez no fechamento do dia 21 de novembro de 2014. Embora as ações tenham chegado a movimentar cerca de 45% do volume total negociado na Bovespa durante o pregão, foram os novos ganhos da mineradora Vale e das siderúrgicas CSN e Usiminas, juntamente com os bancos Itaú e Bradesco, que endossaram o avanço da renda variável doméstica.

Já a Petrobras teve um desempenho misto. As ações ordinárias, que têm direito a voto, subiram 5,63%, ao passo que as preferenciais, ou seja, que têm preferência no recebimento de dividendos - o qual não será pago pelo exercício da empresa em 2014 - cederam 1,52%. Logo na abertura da sessão, porém, Petrobras PN caiu mais de 8%.

Ainda que com vários pontos negativos no balanço, a publicação do resultado trouxe alívio aos mercados domésticos, tirando um grande peso não só da Petrobras, mas do próprio Brasil, o que ajudou os ativos locais de modo geral. Os reveses da estatal são sobre endividamento - para o qual pode haver emissão de ações ou venda de ativos - e as perspectivas para o fluxo de caixa.

Para essa última questão, dois fatores têm grande influência: a taxa de câmbio e o preço do petróleo. Enquanto o dólar volta a se estabilizar ante o real, após certo “ataque especulativo”, o barril da commodity negociado no exterior também se recupera do tombo no fim do ano passado, com o WTI e o Brent fechando no maior nível do ano.

Nos Estados Unidos, que acompanham de perto a volatilidade da matéria-prima, o galão de gasolina atingiu o maior preço do ano nesta quarta-feira, a US$ 2,479 nas bombas.

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