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Ajuste fiscal e Petrobras em fase decisiva


Com a pauta do ajuste fiscal entrando de vez no Congresso Nacional e a Petrobras afirmando intenção em divulgar as demonstrações contábeis auditadas de 2014 no dia 22 de abril, as atenções dos investidores tendem a se concentrar no noticiário doméstico.

Em um comunicado curto, divulgado ontem à noite, a estatal petrolífera anunciou que pretende, enfim, divulgar o balanço financeiro do terceiro e quarto trimestres de 2014 após a decisão do Conselho de Administração da companhia, que se reunirá no dia 22 deste mês para apreciar as demonstrações contábeis do período, revisadas pelos auditores independentes. “Esperamos divulgar essas demonstrações contábeis ao mercado, após a decisão do Conselho”, afirmou a Petrobras, na nota.

As ações da companhia foram destaque no pregão de segunda-feira, subindo ao redor de 4%, cada, e concentrando 25% do volume negociado na Bovespa, em meio à expectativa pelo balanço e também diante da possibilidade de venda de participação da estatal na petroquímica Braskem. A Bolsa brasileira, porém, ficou de lado, às vésperas do vencimento de índice futuro e de opções sobre Ibovespa, amanhã.

Hoje, os papéis devem operar sobre a influência desses fatores e a Bovespa tende a seguir refém do fluxo de capital estrangeiro. Entre as commodities, o petróleo sobe no exterior, diante das expectativas de que a produção de óleo de xisto nos Estados Unidos atingiu o pico e pode começar a cair.

Já do lado das contas públicas brasileiras, o governo admite negociar termos do ajuste fiscal, a fim de resolver impasses e conseguir aprovar as medidas necessárias. A restrição do seguro-desemprego e do abono salarial, por exemplo, podem ser analisadas em comissão a partir desta quarta-feira. Além disso, o titular da Comunicação Social, Edinho Silva, anunciou uma nova estratégia publicitária, na qual serão usados comerciais de TV para explicar à população os motivos da adoção do aperto.

Essa força-tarefa montada tenta responder à pressão de manifestações por impeachment e à fragilidade do Executivo no Congresso.

Hoje, a presidente Dilma Rousseff reúne-se com Edinho Silva, às 10 horas. À tarde, ela recebe o ministro da Ciência e Tecnologia, Aldo Rebelo, e, por fim, às 17 horas, é a vez do encontro com o ministro do Planejamento, Nelson Barbosa (17h). Já o ministro da Fazenda, Joaquim Levy, toma café da manhã com o vice-presidente da República, Michel Temer (8h30), no Palácio do Jaburu. Às 15 horas, Levy recebe o ministro das Cidades, Gilberto Kassab, e o governador do Rio Grande do Norte, Robinson Faria.

Exterior e Agenda. Ainda que as notícias internas sejam relevantes, os mercados domésticos não devem descuidar do comportamento dos negócios no exterior, onde a agenda econômica também merece atenção.

A despeito dos números do varejo nos EUA em março, às 9h30, o foco em Wall Street segue na temporada de balanços, o que traz certa cautela nesta manhã, com os índices futuros das bolsas de Nova York na linha d’água. Os destaques hoje são os números trimestrais dos bancos JP Morgan e Wells Fargo, pela manhã.

Para o primeiro, é esperado ganho por ação de US$ 1,39, enquanto para o segundo a projeção é de ganho de US$ 0,98 por ação. Intel e Johnson & Johnson também publicam seus resultados.

No Brasil, há dúvidas sobre o desempenho do comércio varejista em fevereiro, que sai às 9 horas, com as expectativas ante janeiro no conceito restrito indo desde ligeira queda a alta de até 1%, mas com a mediana das projeções levemente positiva. No ampliado, que considera a indústria de automóveis e de material de construção, é esperada retração.

De volta ao exterior, a Europa já anunciou alguns números sobre a economia da região nesta manhã, mas os indicadores não têm forças para definir um rumo único entre as praças financeiras. As principais bolsas europeias perdem terreno, mostrando fôlego curto após cinco sessões seguidas de alta.

Nem mesmo o aumento acima do esperado da produção industrial na zona do euro em fevereiro ajuda a dar ritmo aos negócios na região. Entre as moedas e bônus, o euro é levemente pressionado, ao passo que o juro do título alemão (bund) de 10 anos caiu à mínima recorde de baixa, com os investidores buscando proteção em ativos mais seguros diante dos potenciais riscos de calote da Grécia.

O país mediterrâneo volta aos trabalhos hoje, após o feriado ontem, retomando as negociações para a liberação de recursos. Uma lista com um proposta de reformas deve ser entregue até o dia 20 de abril e o tema deve ser discutido em reunião de ministros da União Europeia (UE), no dia 24.

Já a atividade da indústria na região da moeda única cresceu 1,1% ante janeiro, que teve o dado revisado para -0,3% em relação a dezembro. Economistas esperavam alta de 0,4% em fevereiro. Trata-se do mais recente sinal de melhora da economia na zona do euro, que vem se beneficiando do programa de compras mensais de bônus em 60 bilhões de euros, iniciado pelo Banco Central Europeu (BCE) apenas em março.

Fora da zona do euro, os preços ao consumidor no Reino Unido permaneceram em zero no mês passado, em base anual, seguindo no menor nível da série histórica, iniciada em 1989. Em fevereiro, o chamado CPI atingiu uma taxa nula na comparação com um ano antes pela primeira vez. Nesse ambiente sem inflação, o Banco Central inglês (BoE) deve manter as taxas de juros onde estão.

Ainda assim, o setor de telecomunicações é destaque na Europa, com as ações da Alcatel-Lucent saltando 10%, após a Nokia confirmar conversas avançadas para comprar a rival francesa. Já os papéis da finlandesa caem por volta de 7%.

À noite, tem dados da China. O destaque fica para o desempenho do Produto Interno Bruto (PIB) chinês nos três primeiros meses deste ano, que pode ficar abaixo da faixa de 7% na taxa anualizada. Também serão conhecidos dados sobre o comércio, a indústria e os investimentos em ativos fixos no país, em março.

Mas isso é assunto para amanhã....

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