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O que vem por aí...


A semana que fecha a primeira metade do mês de abril promete ser intensa para os mercados financeiros.

Já nesta segunda-feira, os negócios domésticos embutem nos preços os efeitos das pesquisas de opinião que reforçaram o baixo nível de popularidade da presidente Dilma Rousseff, e os desejos por seu impeachment, além dos novos protestos pelo País. Diferentemente de um mês atrás, o governo federal e o diretório do PT, desta vez, preferiram não comentar as manifestações de domingo, que mobilizaram cerca de 500 mil pessoas em 20 Estados e no Distrito Federal.

A ideia é de que a voz das ruas não atrapalhe a tramitação de pautas importantes no Congresso Nacional, que visam o ajuste fiscal. Atento a essa estratégia, o vice-presidente da República, Michel Temer, inicia nesta segunda-feira como articulador político do governo, retomando as negociações.

Mas não é só no Brasil que o fator político ganha relevância. Nos Estados Unidos o tema também entrou em cena, já que a ex-primeira-dama e ex-secretária de Estado Hillary Clinton declarou, em sua página na internet, que irá concorrer às eleições para a Presidência do país, em 2016, pelo Partido Democrata.

Agora que a economia norte-americana vem ganhando força, o presidente Barack Obama pode ser um cabo eleitoral importante. Ele, aliás, roubou as atenções durante a cúpula sobre o clima, no Panamá, promovendo um encontro histórico com o presidente cubano, Raúl Castro, e mostrando cordialidade com Dilma, que marcou uma visita oficial aos EUA para 30 de junho.

Mesmo com a política no radar, as atenções dos investidores seguem concentradas na economia, que traz números importantes sobre as duas maiores potências mundiais.

Agenda. Após o esfriamento dos EUA durante o inverno, os primeiros sinais da primavera é de que a atividade está aquecendo e deve logo desabrochar. Mas, não se pode descartar novas dúvidas sobre se esse ritmo de crescimento pode derreter.

O calendário econômico tem como destaques nos EUA as vendas no varejo em março, na terça-feira. No mesmo dia, sai o desempenho do setor varejista no Brasil em fevereiro. Enquanto internamente há dúvidas sobre se a alta do comércio no primeiro mês de 2015 teve continuidade em meio à folia do carnaval, nos EUA o varejo deve enfim interromper uma sequência de três meses em queda - o que não ocorria desde 2012.

Outro setor a mostrar vigor renovado é o da construção civil, com números fortes sobre as vendas de casas novas nos EUA, na quinta-feira. Na sexta-feira, uma pesquisa deve mostrar que o sentimento do consumidor norte-americano está ligeiramente otimista.

Essas prováveis notícias positivas, contudo, devem ser temperadas com novas evidências de suavização da indústria, com a produção norte-americana, que sai na quarta-feira, mostrando recuo. Os efeitos do fortalecimento do dólar e da queda do petróleo devem explicar o comportamento industrial, mas esses mesmos fatores também devem influenciar os preços ao consumidor (CPI), na sexta-feira.

Com isso, esse cenário de boas e más notícias vindas dos EUA pode durar algumas semanas, adicionando ingredientes no debate sobre o início do processo de aperto dos juros pelo Federal Reserve. É válido lembrar que a safra de balanços norte-americana recheia a agenda da semana, com o radar voltado para os números trimestrais de grandes bancos: JP Morgan e Wells Fargo (3af); Bank of America (4af); e Goldman Sachs e Citigroup (5af).

Já na zona do euro, também tem dado da indústria, na terça-feira. Na quinta-feira, o Banco Central Europeu (BCE) reúne-se. De volta ao Brasil, destaque para a prévia da inflação oficial do País em abril, medida pelo IPCA-15, na sexta-feira.

China. Na noite de terça-feira, a China abre uma série de dados de primeira grandeza, também sobre varejo e indústria, com destaque para os números do Produto Interno Bruto (PIB) no primeiro trimestre de 2015.

O país segue firme na proposta por um “novo normal” da economia. Em visita a uma província no norte do país, o primeiro-ministro chinês, Li Keqiang, disse, neste fim de semana, que os governos locais devem seguir no caminho de mudar os padrões econômicos e afinar o tom com as reformas e inovações propostas por Pequim para estabilizar o crescimento e alavancar a demanda.

Algumas instituições financeiras, como o Departamento de Pesquisas e Estudos Econômicos (Depec) do Bradesco, já apostam em um crescimento chinês abaixo da meta do governo, de expansão de 7,0% no acumulado do ano. Para o Depec, a taxa anualizada nos três primeiros meses deste ano deve apontar alta de 6,9%.

Ainda assim, o mundo deve dar “boas-vindas” e não “temer” uma desaceleração na China, avalia Steven Barnett, chefe do Departamento de Ásia e Pacífico do FMI, em meio aos benefícios que tal crescimento sustentável pode trazer, mitigando os riscos de vulnerabilidade.

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