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Apetite mantém rali


Ainda nos maiores níveis desde o fim de novembro do ano passado, a Bovespa conseguiu encerrar a sessão desta sexta-feira acima dos 54 mil pontos pela primeira vez neste ano. De quebra, acumulou ganhos já de quase 6% no mês.

Contudo, o Ibovespa não conseguiu superar a resistência mais próxima, nos 54,5 mil pontos, o que abriria espaço para buscar o objetivo seguinte, nos 56 mil pontos. O “jogo” entre investidores comprados (aposta na alta) e vendidos (aposta na baixa) em contrato futuro do índice acionário, na quarta-feira que vem, é que deve decidir se haverá chão para esse movimento, ou não.

Por ora, os “gringos” estão comprados na Bolsa brasileira. No mercado à vista de ações, o saldo positivo de recursos externos no ano já supera os R$ 12,5 bilhões até o último dia 8, enquanto no mercado futuro, os quase 90 mil contratos em aberto na posição comprada até o dia 9 mostram R$ 4,7 bilhões de apetite dos estrangeiros, considerando-se a pontuação, na mesma data, do fechamento do Ibovespa que vence em abril, aos 54,1 mil pontos.

O ministro da Fazenda, Joaquim Levy, já deixou claro que o Brasil precisa de uma agenda para estimular o financiamento da infraestrutura doméstica via o mercado de capitais. Para ele, o País precisa aproveitar esse apetite, particularmente dos “gringos”.

Essa mensagem será transmitida pelo ministro aos estrangeiros, durante a reunião de primavera do FMI e do Banco Mundial, em Washington, a partir de quinta-feira. De lá, Levy segue para Nova York, onde participa de rodada de encontros com investidores e fica até o dia 22.

Dólar. Um maior interesse estrangeiro por aportes domésticos pode ser visto no dólar, que subiu a R$ 3,0870 hoje, em meio à cautela com os eventos até domingo, mas caiu 1,3% na semana. No exterior, a moeda norte-americana subiu 2,6% ante o euro nos últimos sete dias, no primeiro avanço para o período em quatro semanas. A moeda única, por sua vez, atingiu o menor valor antes do encontro do Federal Reserve de março, ainda na faixa de US$ 1,06.

Depois do declínio em plena Sexta-feira Santa, por causa da decepção com o relatório de emprego nos Estados Unidos (payroll), o dólar se recuperou globalmente. Porém, outro dado de ontem também sobre o mercado de trabalho mostrou que a média de quatro semanas dos pedidos de auxílio-desemprego no país seguiu em níveis históricos de baixa, reforçando a visão de que o início do aperto dos juros pelo Federal Reserve é apenas uma questão de tempo.

O problema ainda é quando. Para o presidente da distrital de Richmond do Fed, Jeffrey Lacker, que vota no Comitê Federal de Mercado Aberto (Fomc) neste ano, o momento exato é junho. Mas ele repetiu discurso feito em 31 de março.

Em meio à essa indefinição, as bolsas de Nova York fecharam em alta, com os índices S&P 500 e Dow Jones registrando ganhos na semana pela segunda vez consecutiva. Os ralis em outras praças financeiras, como na Ásia e na Europa, citados mais cedo no blog A Bula do Mercado, definiram o tom em Wall Street.

O foco por lá muda, gradualmente, para a temporada de balanços norte-americana.

Segundo analistas, os resultados das empresas nos três primeiros meses do ano devem culminar no primeiro recuo desde 2009. Mas não se assuste. Essa performance já está precificada e o número de companhias que devem superar as previsões também já foi revisto para baixo. As atenções ficarão, portanto, no chamado guidance, com as projeções para o desempenho corporativo dos EUA no horizonte à frente.

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