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Em dia de ata do Fed e IPCA, acordo entre Shell e BG rouba a cena


O Federal Reserve publica hoje, às 15 horas, a ata da última reunião de política monetária. No encontro, o Banco Central dos Estados Unidos avaliou que o crescimento norte-americano havia moderado e, de fato, os dados mais recentes atestam certa hesitação no ritmo da economia.

O último grande número a decepcionar foi sobre o emprego, ainda que em partes, mas fato é que renovou as dúvidas quanto ao momento exato do aperto monetário no país. Nas palavras da comandante do Fed, Janet Yellen, a taxa de juros dos EUA deve subir neste ano, mas o aumento vai depender dos indicadores.

Hoje, porém, a agenda externa traz apenas dados da Europa, onde a inesperada queda nas encomendas à indústria alemã em fevereiro, pelo segundo mês consecutivo, mostra que a maior economia da zona do euro ainda enfrenta dificuldades.

Mas nem só de indicadores vive os mercados financeiros hoje. Em meio ao tombo do petróleo desde o fim do ano passado, um acordo de quase US$ 70 bilhões entre a Royal Dutch Shell e a BG, o maior em uma década, sinaliza que o setor de óleo e gás acordou, criando a segunda maior empresa da área, atrás apenas da norte-americana ExxonMobil.

Resta saber quais serão os efeitos desse movimento de M&A no Brasil, seja na Petrobras ou nos investimentos estrangeiros direto.

Nesta manhã, as ações da britânica, que foi adquirida pela holandesa, disparam quase 40% e imprimem ganhos na Bolsa de Londres. A de Paris tenta acompanhar, porém, mostra mais fraqueza, enquanto o mercado de ações em Frankfurt recua. Ambas as praças são penalizadas pela queda no varejo da zona do euro em fevereiro, interrompendo uma sequência de quatro meses seguidos de alta.

Ainda entre as bolsas, destaque para a de Xangai, que brevemente ultrapassou a barreira psicológica dos 4 mil pontos pela primeira vez desde 2008, estendendo o rali na praça chinesa, o maior no mundo, à medida que os investidores apostam que as autoridades de Pequim vão aumentar os estímulos monetários para impulsionar o gigante emergente.

Mas o noticiário doméstico também é relevante e tende a agitar o movimento dos mercados por aqui.

No front político, o projeto de terceirização ganhou regime de urgência e deve ser votado nesta quarta-feira na Câmara dos Deputados. No governo, a proposta preocupa pelo lado da receita, já que a arrecadação pode diminuir. Mas a medida também pode surtir efeitos na taxa de desemprego do País, uma vez que autoriza a contratação de trabalhadores terceirizados para atividades-fim.

Em meio à pressão do emprego nos preços, via os salários, o tema é delicado. Para tratar de assuntos como esse, e outros, a presidente Dilma Rousseff escalou o seu vice, Michel Temer, para intermediar as negociações entre o Palácio do Planalto e o Congresso Nacional. Ele vai acumular a função e cuidar da articulação política do governo.

O ministro-chefe da Casa Civil, Aloizio Mercadante, destacou a lealdade de Temer ao projeto do governo e a Dilma. A expectativa, então, é de que, agora, a crise política seja amenizada.

Já do lado da inflação, o índice oficial do País, medido pelo IPCA, deve continuar salgado em março, acelerando um pouco mais na faixa de 1%, saindo dos 1,22% em fevereiro e podendo passar de 1,3%, na mediana das expectativas. No acumulado do primeiro trimestre de 2015, a taxa deve encostar nos 4%.

Antes do dado, que o IBGE divulga às 9 horas, tem IGP-DI de março e IPC-S semanal, às 8 horas. Na hora do almoço, os números do fluxo cambial neste início de abril podem esquentar os negócios antes do grande evento do dia, a saber, a ata do Fed, à tarde.

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