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Mercado repete história

  • Foto do escritor: Olívia Bulla
    Olívia Bulla
  • 1 de abr.
  • 3 min de leitura
História no mercado financeiro se repete, seja como tragédia ou como farsa
História no mercado financeiro se repete, seja como tragédia ou como farsa

Abril de 2025. Há exatos dez anos surgia A Bula do Mercado. Um resumo matinal diário com a dose certa da notícia sobre Mercado Financeiro e Economia, sem efeitos colaterais. Durante o período, duas interrupções. Entre 2021 e 2022; depois, em 2024. A longa pausa mais recente parecia que seria o fim da publicação. 


Então, por que retomar? Porque a história no mercado financeiro se repete, seja como tragédia ou como farsa. Logo, os investidores precisam se informar dos riscos para tomar a decisão correta - algo que só se encontra na Bula, tal qual no impresso que acompanha os medicamentos.


O mundo (e os mercados) sofre(m) com a Segunda Guerra Comercial deflagrada por Donald Trump. Na primeira, a China foi o principal alvo. Agora, à medida que os Estados Unidos perdem aliados, Pequim vê a ofensiva norte-americana como uma oportunidade para ganhar influência mundial. Nos últimos anos, a China foi vista como um lobo mau. 


Aliás, o chamado “Dia D” da taxação de Trump está marcado para amanhã. É quando o presidente dos EUA deve anunciar as tais “tarifas recíprocas”, colocando nas importações norte-americanas a reciprocidade tarifária que as exportações do país sofrem em outros mercados. É o principal destaque no calendário econômico dos próximos dias.


Mercado local é a bola da vez


Já no Brasil, a perspectiva para os ativos, em especial as ações, está mais positiva. Os grandes players vislumbram uma “troca de regime” em 2026. Aos olhos dos estrangeiros, a saída do PT do poder nas eleições presidenciais do ano que vem deixa o mercado local mais atrativo em relação a outros emergentes, como o México. 


Aliás, o Ibovespa encerrou março com valorização de 6,1%, no segundo ganho mensal do ano, o que culminou no melhor trimestre em um ano. O índice acionário está nos níveis mais altos de 2025, no limiar dos 130 mil pontos, e vê a proximidade do fim do ciclo de aumento dos juros (Selic) como uma alavanca extra. 


Só falta a queda do dólar para dar o impulso final. A moeda dos EUA encerrou o mês passado na faixa de R$ 5,70, afastando-se ainda mais da marca de R$ 6,00, onde estava no início do ano. Ontem, o Relatório Focus  ajustou um pouco mais para baixo a mediana das previsões de economistas para o câmbio ao final de 2025, agora em R$ 5,92. 


Mas é a aposta do gringo a favor do real que sustenta a queda do dólar. No “economês”, o desmonte de posições pessimistas contra a moeda brasileira é o que explica as perdas de 8% acumuladas pelo dólar desde janeiro. É a maior queda no período desde 2022. Por isso, o “empurrãozinho” no dólar em relação ao real deve ser dado por uma força externa. 


Morde e assopra


Um vento contrário vindo de Mar-a-Lago, em Palm Beach, na Flórida, pode derrubar a moeda dos EUA globalmente. O fenômeno tem o aval do recém-nomeado presidente do Conselho de Assessores Econômicos do governo Trump. Para Stephen Miran, a força do dólar é a causa raiz dos “déficits gêmeos” (fiscal e comercial) dos EUA. 


O plano da Casa Branca é primeiro taxar parceiros comerciais para, em seguida, oferecer tarifas mais baixas se esses mesmos parceiros venderem dólares e títulos do Tesouro dos EUA (Treasuries) de suas reservas cambiais. Esse acordo, se houver, não deve ser feito sem que os ativos globais tenham um ajuste intenso. 


Fato é que planos para conversões forçadas da dívida externa dos EUA não fazem sentido e criaram inflação. A década de 1970 provou isso. Por razões semelhantes às atuais, o Acordo de Bretton Woods entrou em colapso e resultou no “Choque Volcker” no início dos anos 1980. Foi uma tragédia!


Dados de atividade no Brasil e no mundo ao longo desta semana, que termina com a tradicional divulgação do relatório de emprego norte-americano (payroll), devem ajudar os investidores a entender essa transição nos EUA de uma financeirização baseada em ativos para um mercantilismo baseado na produção. Ou será que isso não passa de uma farsa?


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