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Debate nos EUA anima mercados

  • Foto do escritor: Olívia Bulla
    Olívia Bulla
  • 27 de set. de 2016
  • 4 min de leitura

Enquanto os mercados internacionais reagem, em alta, ao primeiro debate na TV entre os candidatos às eleições presidenciais nos Estados Unidos, os negócios locais se voltam à Relatório Trimestral de Inflação (RTI). O clima esquentou de vez na já acirrada disputa entre Donald Trump e Hillary Clinton, que trocaram a gentileza pela hostilidade e promoveram o debate mais assistido da história do país. Mas a vitória da candidata democrata no confronto traz alívio aos investidores.

Pesquisa da CNN aponta que, para 62% dos telespectadores, Hillary ganhou esse primeiro embate, enquanto Trump ficou com apenas 28%. Trata-se de uma larga vantagem da candidata que se contrasta com as pesquisas de intenção de voto que mostram ambos lado a lado. E os investidores reagem a esses sinais de mudança na corrida eleitoral, removendo Wall Street de certa complacência que prevalecia às vésperas das eleições.

O grande destaque é o peso mexicano, que registrou o maior salto desde fevereiro, saindo do nível recorde de baixa e subindo mais de 2%, diante dos sinais de que as chances de vitória de Trump diminuíram. A eleição do candidato republicano tende a prejudicar ativos emergentes, principalmente da China e do México, diante das promessas de campanha protecionistas dele contra as relações comerciais com esses países. Da mesma forma, pode haver uma queda abrupta nas bolsas pelo mundo e maior vaivém entre as moedas e commodities.

Por isso, o alívio hoje. Os dólares canadense e australiano, o won sul-coreano, o ran sul-africano e a rupia indonésia se fortaleceram, assim como o ringgit malaio e a rupia indiana. Nas bolsas, os índices futuros em Nova York têm ganhos firmes, embalando as praças europeias, que ensaiam uma recuperação após registrarem a maior queda em dois dias desde julho. As principais bolsas asiáticas também tiveram alta, lideradas pela Bolsa de Hong Kong (+1,1%).

Esse rali entre as bolsas se espalhou, com o índice MSCI global de ações subindo. Enquanto isso, os ativos de maior segurança perdem atratividade, com o ouro registrando a primeira queda em sete dias, ao passo que o iene se enfraquece e o preço dos títulos do Tesouro norte-americano (Treasuries) cai. Entre as commodities, porém, prevalece o sinal negativo, com o barril do petróleo tendo dificuldades para se manter na marca de US$ 45.

Ainda assim, o mercado trocou a aversão ao risco antes do debate por um maior apetite por risco, diante da sensação de que Hillary pode ter um desempenho melhor no debate - ela é, certamente, mais eloquente. Mas o jogo ainda promete ser duro. O próximo debate entre acontecerá na terça-feira da semana que vem, dia 4 de outubro, e o último confronto acontece dias depois, no domingo (9). Já o voto nas urnas acontece em 8 de novembro (terça-feira).

Na agenda econômica do dia no exterior, destaque para a leitura preliminar de setembro do índice dos gerentes de compras (PMI) composto sobre as atividades nos setores industrial e de serviços nos EUA (10h45) e para o índice de confiança ao consumidor norte-americano neste mês (11h). Às 10h, sai o índice de preços de imóveis nos EUA em julho.

No Brasil, o destaque é o documento do Banco Central sobre a inflação (8h30), que deve corroborar as apostas em relação ao início do ciclo de cortes na taxa básica de juros (Selic) em outubro. A expectativa é de que o chamado RTI traga revisões para baixo nas estimativas para o IPCA em 2017, tanto no cenário de referência, de 4,7% para 4,5%, quanto no de mercado, de 5,3% para em torno de 5%.

Essa previsão para o comportamento da inflação oficial ao consumidor no país deve corroborar o cenário mais favorável dos preços no varejo à frente, abrindo espaço para uma queda nos juros básicos. O mercado prevê que a Selic encerre 2016 em 13,75%, após dois cortes de 0,25 ponto percentual em outubro e em novembro.

Às 11h, o diretor de Política Econômica, Carlos Viana, concede entrevista coletiva para comentar o RTI. Logo cedo, às 8h, saem as sondagens da construção civil e do consumidor em setembro. Depois, às 9h, é a vez do índice de preços ao produtor (IPP) no mês passado.

Entre os eventos de relevo, o presidente Michel Temer cumpre uma agenda extensa hoje, com encontros marcados com os presidentes da Petrobras, Pedro Parente (9h45); da Fiat Chrysler, Sergio Machione (15h); da Hyundai, William Lee (16h30); e da Shell, Ben Van Beurden (17h). Ele também tem um encontro com o secretário do Tesouro dos EUA, Jacob Lew, às 15h30.

O ministro da Fazenda, Henrique Meirelles, participará deste encontro, mas, antes, às 14h30, tem uma reunião apenas com Lew. Meirelles também se reunirá com Machione, da Fiat Chrysler (11h), e tem um almoço com empresários e investidores franceses. Outro que também receberá Lew e Machione é o presidente do Banco Central, Ilan Goldfajn, à tarde.

No fim do fia, às 18h, Temer realiza uma reunião com ministros e líderes da base aliada, no Palácio da Alvorada, onde deve afinar o discurso dos representantes do governo, após idas e vindas com polêmicas declarações que, na maioria das vezes, tiveram de ser esclarecidas.

 
 
 

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