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Petróleo estende queda dos mercados


O sinal negativo se intensificou entre os ativos globais nesta quarta-feira, estendendo as perdas dos mercados, com a queda dos preços do petróleo favorecendo a busca por proteção entre os investidores, o que deve afetar os negócios no Brasil . O barril do WTI voltou à marca de US$ 31, com queda de mais de 2%, após o ministro iraniano ridicularizar o plano da Arábia Saudita e da Rússia para congelar a produção nos níveis de janeiro.

As ações de produtores de matérias-primas lideraram a queda na Ásia, o que ajudou a trazer o bônus do título japonês de 10 anos novamente abaixo de zero. A Bolsa de Tóquio caiu 0,85% e a de Hong Kong cedeu 1,15%, mas Xangai subiu 0,88%. Na Oceania, a Bolsa de Sydney caiu 2,1%, penalizada pelo tombo de 8,2% nas ações da mineradora BHP Billiton, no maior recuo diário desde 2008.

No Ocidente, os índices futuros de Nova York estão na linha d'água, mas com um viés negativo, digerindo as declarações de ontem do vice-presidente do Federal Reserve, Stanley Fischer, de que há dúvidas sobre os efeitos da turbulência financeira no crescimento e na inflação dos Estados Unidos. As principais bolsas europeias abriram em queda.

Entre as moedas, o russo rublo e o ringgit malaio lideraram as perdas, ao passo que a libra esterlina é negociada abaixo de US$ 1,40 pela primeira vez desde 2009, em meio aos receios sobre o "Brexit". A moeda britânica também perdeu terreno para o euro. O yuan chinês caiu pelo quarto dia, com relatos de que a saída de capital externo da China continuou em janeiro.

A questão é que a China segue com os mesmos problemas, com os estímulos injetados demorando a dar resultado, ao mesmo tempo em que o mundo continua inundado por uma enorme oferta de petróleo. Essa combinação tem renovado o temor, entre os investidores mais cautelosos, de uma nova recessão global, o que sugere que a recente melhora dos ativos foi frágil, trazendo de volta a volatilidade.

Após ter encontrado subterfúgios para buscar ganhos neste início de semana, os mercados financeiros realizam lucros, com as variáveis China-petróleo ditando o rumo dos negócios. Os investidores estão retraídos antes dos dados sobre os estoques da commodity nos Estados Unidos, à tarde, e em meio às principais primárias para a eleição presidencial. No caucus de Nevada, o pré-candidato Donald Trump venceu com ampla vantagem.

Já no Brasil, a realização de lucros da véspera na Bovespa e no dólar mostra que os investidores se basearam em notícias ainda muito incipientes sobre as contas de campanha do PT para levar a Bolsa brasileira ao maior nível do ano e a moeda norte-americana abaixo de R$ 3,95, um dia antes. Ontem, foram feitos os primeiros ajustes, no aguardo dos desdobramentos e a estratégia de defesa do Palácio do Planalto é a versão de João Santana, de que "nenhum centavo" das campanhas brasileiras entrou nas contas dele no exterior.

De qualquer forma, o tema do impeachment da presidente Dilma Rousseff voltou ao radar, trazendo o fator político de volta aos negócios. Com isso, as atenções do dia ficam concentradas na pesquisa CNT/MDA sobre a avaliação pessoal da presidente e também do governo Dilma, além da expectativa da população em relação a emprego, inflação, saúde etc. O documento será publicado às 10h30 e também ouviu os 2 mil entrevistados sobre as intenções de voto para as eleições presidenciais de 2018.

No mesmo horário, o Banco Central publica a nota sobre as operações de crédito em janeiro. Depois, às 12h30, a autoridade monetária deve voltar à cena para informar os números semanais do fluxo cambial, que já foram antecipados ontem. Antes, às 8h, a FGV informa a leitura regional do IPC-S nas capitais, além da expectativa dos consumidores em fevereiro para a inflação.

Logo cedo, a Fipe informou que seu IPC desacelerou a 1% na terceira leitura de fevereiro, de 1,18% na prévia anterior do mês. Na safra de balanços, destaque para os resultados trimestrais e do acumulado de 2015 do Banco do Brasil, antes da abertura do pregão local, e do Pão de Açúcar e da Telefônica Brasil, após o fechamento do mercado.

No exterior, o destaque fica com a agenda de indicadores econômicos nos EUA, com os números preliminares do mês sobre a atividade no setor de serviços (11h45), sobre as vendas de imóveis novos em janeiro (12h) e sobre os estoques norte-americanos de petróleo bruto e derivados (12h30). Na Ásia e na Europa, o calendário desta quarta-feira está fraco.

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