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Vender ou não vender? Eis a questão


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A última semana de abril começa com uma pergunta intrigando os mercados financeiros. Com várias bolsas ao redor do mundo em máximas recordes ou em níveis históricos de alta - uma vez que a maioria dos grandes bancos centrais ou está bombeando dinheiro em suas economias ou está cortando os juros onde as taxas ainda não estão perto de zero - os investidores querem saber: já é hora de colocar os ganhos no bolso (ou não)?

A resposta para essa dúvida pode estar no desfecho do encontro de quarta-feira do Federal Reserve. As pistas do colegiado sobre quando será declarado o fim da farra do dinheiro fácil, promovendo a primeira alta na taxa de juros nos Estados Unidos desde 2006, devem determinar se ainda há espaço para tomar mais risco ou se o melhor é “vender em maio e ir embora”, curtir as férias (no Hemisfério Norte), com diz um velho jargão de Wall Street.

O encontro do Banco Central dos EUA no dia 29 termina horas após a divulgação da primeira estimativa do Produto Interno Bruto (PIB) norte-americano referente aos três primeiros meses de 2015. O fato é que não será nenhuma grande decepção se os números mostrarem que a maior economia do mundo sofreu no início deste ano - principalmente por causa das condições adversas em meio ao inverno rigoroso.

Desde que o Fed deixou claro, em ata sobre sua até então mais recente reunião, de que qualquer decisão de política monetária vai depender dos dados econômicos, o que interessa saber é se o clima mais quente é capaz de ressuscitar a atividade nos EUA - assim como foi no ano passado.

Portanto, são os indicadores norte-americanos já neste abril que podem produzir as primeiras evidências sobre se uma recuperação econômica no segundo trimestre está em curso. Uma retomada firme da economia é crucial para que a atividade receba uma quantidade de impulso suficiente antes do início do processo de aperto do juro pelo Fed.

Na agenda econômica da semana, destaque para números do mês sobre a confiança do consumidor (terça e sexta-feira) e sobre a atividade (segunda, quinta e sexta), além das vendas das montadoras. Na safra de balanços, o mais aguardado é o resultado da Apple (segunda-feira), mas também tem as farmacêuticas Pfizer e Merck, na terça; e as petrolíferas ExxonMobil (quinta-feira) e Chevron (sexta-feira).

A depender do teor dessas notícias vindas dos EUA, o investidor pode ter a certeza se o ar para as bolsas, lá em cima, está ficando rarefeito. Uma vez que índices acionários em vários locais do mundo seguem escalando e renovando o topo mais alto, o que interessa, agora, é saber se esses recordes estão sendo registrados a um ritmo vertiginoso.

Afinal, com grandes alturas vêm um perigo maior e, nessa altitude, pode ser difícil ouvir o sinal de alarme.

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