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Balanços em foco


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O noticiário corporativo entrou de vez na pauta dos mercados financeiros, dividindo espaço com os dados econômicos e também com o fator político. Nesta terça-feira de feriado no Brasil, pelo Dia de Tiradentes, as bolsas de Nova York tiveram desempenho misto, ao passo que as praças europeias registraram leves ganhos. Nos dois lado do Atlântico Norte, prevaleceu os números da temporada de balanços.

Se no Velho Continente os resultados trimestrais das empresas foi capaz de ofuscar o receio em relação à Grécia, que volta a ser tema de discussão dos líderes da zona do euro na sexta-feira (24), o mesmo não se pode dizer sobre Wall Street.

Por lá, uma safra farta de balanços trouxe volatilidade aos índices Dow Jones e S&P 5000, que acabaram apagando os ganhos do dia e fecharam com leves baixas (-0,47% e -0,16%, respectivamente). O Nasdaq, por sua vez, subiu 0,39%, com notícias de fusão na indústria de biotecnologia.

O fato é que o recente avanço das bolsas de Nova York encostou os principais índices acionários norte-americanos nas máximas históricas alcançadas há apenas um mês, sendo que o S&P 500 vem sendo negociado no estreito intervalo ao redor dos 2 mil, 2,1 mil pontos desde fevereiro.

Especialistas afirmam que embora os balanços das empresas nos Estados Unidos venham superando as estimativas e as atividades de fusão e aquisição deem suporte à alta valorização das ações, as bolsas de Nova York estão muito “esticadas”. Isso em um cenário onde o crescimento econômico ainda preocupa, sobretudo fora dos EUA, e diante da iminência de um ciclo de aperto monetário pelo Federal Reserve.

Em verdade, não é de agora que se fala em uma forte correção em Wall Street. Mas, com o passar do tempo, e dos ganhos, essa realização de lucros torna-se cada vez mais provável.

Com a proximidade do fim do mês, a “decoração” das carteiras pode levar os investidores a fazer uso do velho jargão do mercado norte-americano, sell in may and go away (venda em maio e vá embora), e só voltarem depois do verão (no Hemisfério Norte).

Cardápio. Esses recursos, é claro, saem de Nova York e desembarcam em algum outro lugar do planeta, onde o retorno do risco em bolsa seja atrativo. A China até que poderia ser uma opção, uma vez que mostrou que tem “amplo espaço” para afrouxar ainda mais, mas muitos investidores também já veem Xangai e Hong Kong no topo.

O Brasil, por quê não, pode ser um dos destinos desses aportes. O país, aliás, já vem sendo alvo do apetite voraz dos investidores estrangeiros, que colocaram quase R$ 15,5 bilhões na Bovespa no ano até o fim da semana passada.

Isso sem contar com o dado da última sexta-feira, quando a Bolsa brasileira realizou firme e caiu abaixo dos 54 mil pontos. Ontem, o Ibovespa afastou um pouco mais desse patamar. Desde o pregão seguinte ao exercício sobre índice, na quarta-feira passada, a Bolsa brasileira só caiu (-2,11% no período).

Ainda assim, os “gringos” mantiveram em cerca de 80,5 mil contratos em aberto a posição comprada (aposta na alta) em índice Bovespa futuro no dia 17. Ao rolar as apostas, os investidores sinalizam um voto de confiança, mantendo a estratégia e deixando em aberto as possibilidades (se de ampliação ou de reversão).

É cedo para ser otimista, mas o ministro da Fazenda, Joaquim Levy, vem se empenhando para restaurar a confiança do olhar sobre o Brasil, sobretudo no exterior. Nesta terça-feira, ele encerrou seus encontros e reuniões com investidores e autoridades globais primeiro em Washington e, por último, em Nova York.

Para Levy, o tão aguardado balanço auditado da Petrobras, previsto para ser conhecido nesta quarta-feira (22), será “mais um passo na reconstrução da estatal” e, de quebra, no resgate da credibilidade do país. Segundo o ministro, o resultado da companhia será “muito bom”.

O Conselho de Administração da Petrobras reúne-se a partir das 11 horas de amanhã, sendo que o encontro deve se estender ao longo da tarde, até as 16 horas. Às 18 horas, deve ter início uma entrevista coletiva da estatal petrolífera, para a qual já foram convocados jornalistas.

No entanto, não estão descartados atrasos. É válido ressaltar ainda que a publicação dos resultados contábeis referentes ao ano fechado de 2014 e ao terceiro trimestre do ano passado (revisado) está sujeita à aprovação dos números pelo Conselho. A conferir.

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