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Buy in China


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O número está ali, meio que escondido, mas representa muito sobre a atual fase de migração em curso na economia da China. Pela primeira vez na história do país, o setor de serviços representou mais de 50% do PIB chinês, a exatos 51,6% no primeiro trimestre deste ano, com um sólido crescimento do consumo.

Em relação a igual período de 2014, o chamado setor terciário cresceu 1,8%, ganhando espaço também em relação à fatia que o setor secundário, da indústria, representa no PIB chinês. A diferença entre os dois ficou em 8,7 pontos porcentuais, ao final de março, com vantagem para os serviços.

Porém, como já comentado em outro texto de A Bula do Mercado, é preciso estimular a demanda interna chinesa, principalmente através do mercado de trabalho. Ainda nos detalhes do PIB chinês, o crescimento da renda média disponível nas regiões rurais continuou ultrapassando o das áreas urbanas - isso, é bom lembrar, em um país que somente há cerca de cinco anos passou a ter a maioria da população nas cidades.

Ou seja, apesar da desaceleração da produção industrial e do crescimento mais lento dos investimentos, a China vem passado por reformas econômicas estruturais que visam um melhor portfólio da indústria, mais inovadora e verde, juntamente com uma melhora na renda de toda a população. A meta é criar 10 milhões de empregos nas áreas urbanas neste ano.

Fato é que as lideranças chinesas vem sinalizando tolerância quanto a uma expansão menor à medida que tentam controlar os riscos da dívida, corrupção e poluição, reorientando a economia para um modelo de crescimento sustentável, menos dependente de investimentos e da expansão do crédito.

A China, portanto, tem razões para continuar otimista. É o título de um editorial de hoje da agência estatal de notícias Xinhua. O texto diz que apesar da queda de dados econômicos, a China ainda tem “amplas políticas para movimentos pró-crescimento e reestruturação de longo prazo”.

Há ainda “um potencial enorme, imensa capacidade de resistência e amplo espaço” para o desenvolvimento do país, afirmou na última terça-feira, o primeiro-ministro chinês, Li Keqiang. O governo deve estar confiante sobre as perspectivas econômicas a longo prazo e ao mesmo tempo se preparando para enfrentar maiores desafios e dificuldades, salientou Li.

Recado. Portanto, ao contrário de economias avançadas com alta dívida pública e taxas de juros zero, a China tem mais espaço para o endividamento do governo e flexibilização monetária para sustentar o crescimento econômico, escreve a Xinhua. Para ela, é improvável que o país experimente um hard landing econômico, dada a forte capacidade fiscal, as enormes reservas de divisas e a alta taxa de poupança do país.

No cardápio das opções colocadas pela estatal de notícias para estimular o crescimento chinês, estariam medidas fiscais, monetárias e estruturais - caso os próximo dados mostrem-se significativamente menores que o esperado.

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